Um ecossistema tão inovador quanto o Open Finance não poderia deixar de promover também discussões muito ricas acerca dele. O Fintech Trends chega ao universo de podcasts para explorar as inovações que estão transformando o sistema financeiro, trazendo sempre convidados especialistas em temas do mundo da tecnologia e das finanças.

No primeiro episódio, nosso host Bruno Loiola, cofundador da Pluggy, recebeu Victor Urano Braga, também cofundador da Pluggy e Gabriel Pereira, especialista em Open Banking na True Pay e fundador da Open Box.

Neste artigo, compartilhamos alguns dos tópicos tratados na conversa, de modo a ampliar um discurso muito importante: Qual é a do Open Finance?


O que é o Open Finance

O Open Banking acabou. Para substituí-lo e trazer mais clareza para o processo de compartilhamento de dados, a nomenclatura Open Finance chegou com tudo no mercado, mas vale um lembrete:

🏦 Open Banking: Dar conectividade aos dados bancários das pessoas;
💸 Open Finance: Dar conectividade aos dados financeiros como um todo.


É aqui que mora a diferença: o Open Finance é um ecossistema que modifica todo mercado financeiro, não apenas o bancário.

A partir da autorização do compartilhamento de seus dados, a população permite que uma série de inovações encontre o mercado por meio da competitividade, derivando serviços mais atrativos no que tange gestão financeira PF e PJ, crédito, investimentos etc. Você pode entender melhor sobre os mais variados casos de uso do Open Finance aqui.


Segundo Victor Urano Braga:
“Antes, nosso extrato bancário era uma fichinha dentro de um armário em nossa agência bancária. E fazia muito sentido ser dessa forma, totalmente manual e demorada. A internet tornou essa certeza ineficiente, convertendo em mais ágeis os serviços bancários e incentivando a inovação. Com o Open Finance, será possível evoluir ainda mais esse sistema, tornando nossas atuais certezas ultrapassadas.”


Mas então o Open Finance vai acabar com os bancos?

NÃO! Talvez mude a forma como os vemos e como eles oferecem seus produtos, tornando-os mais personalizados e, portanto, melhores para os clientes finais.

Melhorias do Open Finance para o consumidor

Tudo começa no poder dos dados. Segundo o estudo “Insights da Maturidade Analítica Brasileira”, realizado com mais de 500 profissionais em 2020, 48% dos gestores entrevistados usam dados para tomar melhores decisões estratégicas.

E essa porcentagem tende a aumentar com o Open Finance: antes, a instituição financeira na qual o usuário tinha conta era a proprietária dos dados. Com o OF, o usuário se torna protagonista e pode escolher com quem vai compartilhá-los. O antigo oligopólio de dados não permitia uma visão completa do mercado, que agora se torna aberto e tende a ter uma maior gama de informações para serem analisadas.

Tornando isso mais tangível: quando o cliente tenta uma oportunidade de crédito em uma instituição diferente da qual possui conta, pode obter uma maior personalização de seus serviços, obtendo melhores taxas e juros, pois a tomada de decisão do concessor se baseia agora em dados reais, não mais em situações pontuais e fora de contexto que podem prejudicar o histórico de um cliente por toda sua vida.

Leia mais sobre isso em nosso caso de uso da Gyra+, que aumentou sua concessão de crédito em 50% após a inclusão do Open Finance em seu processo de análise.

Gabriel complementa:
“O Open Finance abre espaço para uma diversidade de pensamento na tomada de decisão. Cada empresa conhece suas limitações e oportunidades e pode analisar os dados de modo a contemplá-las.”


Fazer pagamentos será tão simples quanto logar no e-mail

E a inovação não para por aí: em março, a bigtech Apple comprou a empresa Credit Kudos, entrando de vez no mercado financeiro.

A gigante da tecnologia tem capacidade de uso de dados como poucas empresas do mundo. Aliar essa expertise aos serviços financeiros era só questão de tempo. Os serviços que podem ser oferecidos são de processamento de pagamentos, análise de risco e fraude e análise de crédito. Hoje a empresa já tem cartão de crédito, pagamentos P2P (peer to peer), wallet, mecanismos de aceitação de cartões direto de um iphone e serviço de "buy now pay later". Além do Apple Pay que gera em torno de USD70 bilhões por ano. Alguns desses serviços dependem ainda de parceiros como o Goldman Sachs, mas deve ser questão de tempo para eliminar intermediários nas transações.


Mas é seguro compartilhar?

Segundo o Barômetro de Risco, da Allianz, no topo da lista dos maiores riscos para empresas estão os ataques cibernéticos. Mas não apenas elas se preocupam: Muitos são os brasileiros que têm dúvidas com relação ao compartilhamento de seus dados, com medo de fraudes e golpes.

Afinal, como fica a privacidade?

Quando falamos em privacidade, o ponto principal é a transparência que o concessor deve ter acerca do que está compartilhando, em que nível, com qual objetivo. Para isso, deve-se ter robustez na infraestrutura de coleta para promover a segurança dos dados, além de atenção para todas as diretrizes da LGPD.


Tendências para o futuro

🌎 Open Finance global? A troca de informações financeiras entre países tende a se tornar uma realidade, devido a necessidade que observamos de pessoas que moram ou trabalham em diferentes países do qual tem conta bancária, viagens e etc.

🔗 O que a internet e o Open Finance tem em comum? A possibilidade de crescimento. Daqui pra frente, tudo tende a ampliar ainda mais, se tornando parte do dia a dia das pessoas. O ecossistema aberto veio para ficar e irá trazer valor para a população por meio dessas inovações.