O FEBRABAN TECH, o maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro, realizou sua 33ª edição em junho de 2023. A Pluggy esteve presente no evento e, por isso, trouxemos alguns insights importantes apresentados nas palestras.
Open Finance e a evolução dos serviços agregados
O painel contou com Helen Child (OBE), Cristina Pinna (Bradesco), Ísis Galote (Itaú Unibanco), Matheus Rauber (Banco Central) e Gustavo Paul (Febraban).
O representante do Banco Central destacou o foco das iniciativas de pagamento (ITP), a melhoria da experiência do cliente sem redirecionamentos e a implementação do Pix automático. Além disso, houve ênfase na melhoria dos dados abertos e transacionais, bem como na obtenção de dados de investimento a partir de outubro de 2023. Estudos relacionados à segurança também estão entre as prioridades do BC.
Já o Bradesco trouxe uma importante discussão sobre como estão utilizando o Open Finance para obter insights e oferecer serviços mais personalizados aos clientes. Além disso, a redução da fricção na jornada do cliente com o ITP foi mencionada como uma estratégia-chave. A instituição bancária também ressaltou que, apesar de poucos players estarem utilizando o OF no momento, o Brasil está próximo de atingir um escopo total de dados. No entanto, enfatizaram que a qualidade dos dados é essencial para obter resultados positivos.
Para o Itaú, enfatiza-se a importância de dividir o uso do OF em duas partes. A primeira é o aproveitamento imediato, por meio de insights e agregação de contas, proporcionando benefícios instantâneos aos clientes. A segunda parte diz respeito a soluções que não são tão instantâneas, como a oferta de crédito melhor e mais barato, aumento de limite e até mesmo a expansão para outros setores, como seguros e outros tipos de serviços. O Itaú destacou também a importância de não se limitar apenas ao campo financeiro e explorar outras áreas de negócio.
Helen, especialista renomada de Open Finance no Reino Unido, trouxe algumas reflexões interessantes sobre o OF durante sua palestra. Ela mencionou um estudo realizado pela OBE, que mostrou que o Brasil é pioneiro e uma referência mundial no Open Finance. Helen ressaltou a importância da colaboração entre as empresas como chave para o sucesso nesse campo, destacando o exemplo da China. Ela também enfatizou a necessidade de sustentabilidade nas estratégias de OF, ressaltando que não adianta oferecer preços baixos se as empresas não se sustentarem a longo prazo.
Além disso, ela apresentou o conceito de "data wallet" e mencionou o exemplo do AliPay, que soube aproveitar os dados para criar um "super app" em parceria com outros provedores, atendendo às necessidades reais dos clientes e alcançando grande sucesso.
Nesse sentido, o BC falou sobre as oportunidades que o mercado pode gerar ao integrar as diferentes ferramentas que o Banco Central vem construindo (PIX, Open Finance, ITP, Real Digital) para gerar soluções integradas. Além disso, eles destacaram a importância da agregação de dados, hiperpersonalização e ITP. Também foi mencionada a gestão flexível de caixa para pessoas jurídicas e a portabilidade de crédito, que são algumas das expectativas estabelecidas para o OF com base no resumo de 2022.
Durante o painel, ficou evidente a importância da inclusão financeira no contexto do Open Finance. O BC ressaltou que o OF é uma iniciativa de médio e longo prazo, e que outras agendas terão mais impacto para o curto prazo. Acredita-se que a inclusão financeira impulsionará o mercado a médio e longo prazo, promovendo o crescimento sustentável.
Com isso, fica claro que o Brasil é destaque no que diz respeito ao desenvolvimento do Open Finance. No entanto, é necessário manter a qualidade dos dados e promover a colaboração entre empresas para alcançar resultados significativos. Com a implementação eficaz do OF, será possível promover uma maior inclusão financeira e impulsionar o crescimento sustentável do setor bancário nos próximos anos.
O cliente no controle das decisões financeiras
A palestra contou com Aldo Barretella (Santander), Lessandro Thomaz (Caixa), Pedro Bramont (Banco do Brasil), Sergio Favarin (GFT Technologies) e Leandro Vilain (Oliver Wyman).
Ainda falando sobre Open Finance, os players compartilharam suas visões sobre e discutiram os benefícios e desafios relacionados à sua implementação.
O Banco do Brasil ressaltou a importância de obter consentimento dos clientes para o uso de seus dados, afirmando que não adianta ter casos de uso sem consentimento, nem consentimento sem casos de uso. A métrica de sucesso mencionada foi a quantidade de pessoas impactadas por cada caso de uso.
A Caixa destacou a importância de comunicar aos clientes os casos de uso e vantagens do OF e da ITP. Eles observaram que os resultados mais eficazes surgem não apenas por meio da geração de ofertas, mas também pela criação de experiências personalizadas e pela explicação clara dessas vantagens aos clientes.
Além disso, o Santander abordou a importância da segurança, eles destacaram a necessidade de garantir a segurança, ao mesmo tempo em que proporcionam aos clientes a sensação de estarem protegidos. Além disso, mencionaram que a integração do Embedded Finance e a experiência do usuário (UX) desempenham um papel crucial no sucesso do OF.
A consultoria GFT enfatizou três grandes benefícios do OF com base em sua experiência. O primeiro é a simplificação por meio do compartilhamento de dados. O segundo benefício é a personalização de serviços, permitindo que as instituições financeiras atendam às necessidades específicas dos clientes. Por fim, a competição é ampliada no setor bancário, beneficiando os consumidores.
A Caixa ressaltou a importância de mostrar aos clientes de baixa renda os benefícios e a segurança do OF. Durante a pandemia, muitos desses clientes foram obrigados a migrar para o ambiente digital, e o pagamento do auxílio emergencial permitiu estudar casos de inclusão digital mais específicos.
Global Open Finance Index mostra cenário global do Open Finance
Durante sua apresentação, Helen compartilhou os resultados do OF Index, que avalia a posição dos países no desenvolvimento do OF. Ela destacou que em mercados mais competitivos, o progresso é mais rápido. O impacto da postura governamental também é relevante, mencionando que países com maior regulamentação, como o Brasil, têm maior interoperabilidade. O Brasil se destaca no pilar do ambiente regulatório, sendo reconhecido internacionalmente por sua segurança cibernética, privacidade e proteção de dados. No contexto dos casos de uso, o gerenciamento financeiro pessoal (PFM) lidera no Brasil, e o setor de crédito é apontado como o que tem o maior impacto.
O evento proporcionou uma visão abrangente sobre o OF e seus benefícios no setor bancário. As palestras destacaram a importância do consentimento dos clientes, personalização, comunicação eficaz e segurança.
Pagamentos digitais e Pix ampliam fronteiras da cashless economy
A palestra contou com Cristina Gouveia (Itaú Unibanco), Graziela Pellecchia (Bradesco), Mayara Yano (Banco Central), Patricia Sousa (Citi) e Carolina Sansão (Febraban).
Os representantes compartilharam suas perspectivas sobre os avanços no universo dos pagamentos digitais, com foco especial no PIX e suas novas funcionalidades.
O BC revelou que, desde o lançamento do Pix em 2020, eles já tinham a visão de que esse sistema de pagamentos poderia ser amplamente utilizado em diversos cenários. Para 2023, a agenda do BC inclui o Pix Automático, que permitirá pagamentos recorrentes com apenas uma autorização, tornando a experiência mais prática para os usuários. Os três pilares do Pix Automático são praticidade, segurança e flexibilidade de casos de uso. A previsão é que essa funcionalidade seja lançada em abril de 2024.
Além disso, o BC destacou outras iniciativas em andamento, como o Pix Crédito/Garantido para parcelamento, a expansão do Pix para pagamentos internacionais e o desenvolvimento de novas formas de iniciação de pagamentos, como a aproximação.
Durante as palestras, também foi discutido quais tecnologias serão incorporadas nos pagamentos digitais para garantir rapidez e segurança. O BC mencionou o uso de pagamentos por QR code e biometria como soluções que proporcionam agilidade e proteção nas transações.
A palestra proporcionou insights valiosos sobre os avanços no universo dos pagamentos digitais, com destaque para as estratégias do BC relacionadas ao Pix. O Pix Automático, pagamentos recorrentes e outras funcionalidades em desenvolvimento demonstram o compromisso do BC em promover uma experiência de pagamento mais conveniente e segura para os usuários. Além disso, a incorporação de tecnologias como pagamentos por QR code e biometria destaca a busca contínua por soluções que combinem agilidade e proteção. Com essas iniciativas, o BC está impulsionando a evolução dos pagamentos digitais no Brasil, criando um cenário promissor para o futuro.
Custódia global de ativos digitais em um cenário globalizado e regulado
A palestra contou com Camyla Oliveira (Itaú Digital Assets), Juliana Walenkamp (BitGo), Marcos Viriato (ParFin)e Denis Nakazawa (Accenture).
No evento, diversas palestras abordaram o potencial do Brasil nesse mercado em ascensão. Durante a palestra, foi ressaltado que a custódia é um aspecto essencial no mundo dos criptoativos. Custódia significa tomar conta de algo que não é seu, e é fundamental para garantir a segurança dos ativos digitais. Vale ressaltar que nem todas as formas de guarda são iguais, assim como nem todas as wallets (carteiras digitais) oferecem o mesmo nível de segurança.
Além disso, foi mencionada a importância da responsabilidade fiduciária, que é um critério bancário que busca oferecer segurança aos usuários. Esse critério é particularmente relevante quando se trata de lidar com ativos digitais, pois os usuários precisam confiar que suas criptoativos estão sendo mantidas e protegidas adequadamente.
De acordo com as palavras de Camyla, uma das palestrantes, o Brasil é visto como uma futura potência no mercado de criptoativos. Isso se deve, em grande parte, ao nosso regulador e às iniciativas do setor financeiro. A regulamentação dos criptoativos pelo BC tende a impulsionar a entrada de grandes players nesse mercado.
A palestrante mencionou que a recente regulamentação CVM 175, que permite o investimento multimercado direto em criptoativos, incentiva a participação de grandes players. Anteriormente, não era vantajoso para esses players investirem muito em um ambiente incerto. No entanto, a regulamentação traz confiança e estimula o crescimento do mercado.
Durante o último mês, aproximadamente 2 milhões de brasileiros movimentaram cerca de 2 bilhões de reais em criptoativos. A maior parte dessas transações envolveu stablecoins, mas ainda não temos informações detalhadas sobre os diferentes perfis de movimentação dos brasileiros.
Quanto ao futuro dos criptoativos, espera-se que a custódia se torne uma parte natural do sistema financeiro. Assim como temos contas correntes e de investimento, teremos também contas específicas para criptoativos. A entrada dos grandes bancos no mercado cripto contribuirá para aumentar a confiança e a adoção em massa.
E a Pluggy?
A Pluggy permite que bancos, fintechs e empresas de outros segmentos agreguem contas de diferentes instituições financeiras por meio de uma única API, padronizando e categorizando dados para tornar viável a criação de soluções financeiras aos seus clientes, e consequentemente, uma experiência ainda melhor e mais personalizada aos usuários.
Estivemos presentes nos três dias de FEBRABAN TECH, no Fintech Lounge, e também participamos do Campeonato de Pitches.
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