O FEBRABAN TECH, o maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro, realizou sua 33ª edição em junho de 2023. A Pluggy esteve presente no evento e, por isso, trouxemos alguns insights importantes dados nas palestras.

Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária: um panorama sobre tendências, investimentos e adoção

A apresentação contou com Raphael Vilela Wahrendorff (Caixa), Rodrigo Mulinari (Banco do Brasil), Sergio Biagini (Deloitte Brasil) e Mona Dorf (Febraban).

Nos últimos anos, o setor bancário tem passado por uma transformação digital significativa, impulsionada pela adoção cada vez maior de dispositivos móveis e pela necessidade de oferecer serviços mais personalizados aos clientes. Na palestra apresentada por especialistas do setor, foram discutidos diversos aspectos relacionados ao crescimento do canal digital, o uso de dados e a importância da segurança cibernética.

Uma estatística surpreendente revelada durante a palestra foi que 8 em cada 10 transações bancárias são realizadas por meio de dispositivos móveis. Isso demonstra uma mudança significativa no comportamento dos clientes, que estão cada vez mais confiantes em utilizar seus smartphones e tablets para realizar operações financeiras. Além disso, foi destacado que nos últimos dois anos houve um aumento de 100% no número de transações realizadas por dispositivos móveis, o que evidencia a importância crescente desse canal para o setor bancário.

A palestra também abordou o desafio da hiperpersonalização dos serviços bancários e o melhor aproveitamento dos dados disponíveis. A indústria financeira busca utilizar os dados para campanhas de venda, no entanto, o ponto crucial é entender a jornada do cliente e conhecer seu comportamento para oferecer serviços de forma adequada e direcionada. A utilização massiva de tecnologia é um fator fundamental nesse processo, pois permite a análise e interpretação eficiente dos dados disponíveis.

A demanda por profissionais de tecnologia e dados no setor bancário tem aumentado significativamente. Durante a palestra, foi mencionado que 69% dos bancos têm interesse em aumentar seu quadro de profissionais nessas áreas. Atualmente, em média, 10% dos quadros dos bancos são compostos por profissionais de tecnologia. O amadurecimento das tecnologias, impulsionado pela pandemia e pelas oportunidades envolvendo a tecnologia, tem gerado uma demanda cada vez maior por especialistas nessa área. No entanto, um dos desafios é a necessidade de que profissionais de negócios também tenham conhecimentos em tecnologia, assim como a importância do treinamento oferecido pelas organizações.

Durante as palestras, foi destacado que cada canal de atendimento possui suas vantagens. Por exemplo, o WhatsApp, que já está presente em 50% dos bancos, é muito utilizado para negociações de dívidas, pois os usuários se sentem mais à vontade para interagir com a inteligência artificial sobre esse assunto delicado. A integração dos canais de atendimento foi apontada como um dos pontos mais importantes a serem trabalhados para oferecer uma experiência fluida e consistente aos clientes.

A palestra abordou de forma abrangente o crescimento do canal digital no setor bancário, o uso de dados para a hiperpersonalização dos serviços e a necessidade de profissionais qualificados em tecnologia e dados. O aumento significativo das transações realizadas por dispositivos móveis evidencia a importância desse canal para as instituições financeiras. Para acompanhar essa transformação digital, é fundamental que as organizações invistam em treinamento e capacitação de seus profissionais, além de buscar integrar os diferentes canais de atendimento para proporcionar uma experiência excepcional aos clientes. A revolução tecnológica está em curso, e o setor bancário deve estar preparado para aproveitar ao máximo as oportunidades que surgem com ela.

Data driven, IA generativa e os algoritmos da economia digital

Participaram da discussão Caio Rocha (Serasa Experian), Daniela Griecco (NTT DATA Brasil), Laila Kurati (Santander), Moisés Nascimento (Itaú Unibanco) e João Borges (Febraban).

Durante o debate, especialistas do setor bancário discutiram o uso da Inteligência Artificial (IA) nos produtos e serviços oferecidos pelas instituições financeiras. O foco principal foi a aceleração dos dados, a análise de dados e o papel fundamental da governança na cadeia de valor relacionada à IA.

Representantes do Itaú enfatizaram o desafio de aproveitar os dados disponíveis de forma ágil e eficiente. Investimentos estão sendo feitos para criar uma infraestrutura capaz de lidar com grandes volumes de dados e tirar proveito da IA. A capacidade de acelerar os dados e utilizar análises avançadas é fundamental para obter insights valiosos e oferecer melhores produtos e serviços aos clientes.

O Santander destacou a importância do treinamento de IA para fornecer sugestões automáticas, supervisionadas ou não. A ideia é capacitar a IA para que ela seja capaz de oferecer recomendações personalizadas aos clientes, tornando a experiência bancária mais conveniente e adequada às necessidades individuais de cada cliente.

A Serasa ressaltou que os dados são o alicerce da economia moderna e que a qualidade e a disponibilidade desses dados são fundamentais. O Machine Learning (ML) tem desempenhado um papel significativo na detecção e prevenção de fraudes. Além disso, a IA desempenha um papel essencial não apenas nas soluções finais, mas também nos alicerces e na estruturação dos serviços financeiros.

A governança dos dados foi abordada como um fator crucial para o sucesso da implementação da IA. Tanto o Itaú quanto o Santander destacaram a importância de ter dados de alta qualidade, estruturados e disponíveis para gerar produtos relevantes. A ML pode ser usada para aprimorar a governança dos dados, reduzindo o tempo necessário para levar um produto ao mercado.

Os palestrantes discutiram o perfil do profissional de IA, enfatizando a importância de ter um conhecimento híbrido de negócios e tecnologia. A sensibilidade para transformar o contexto de negócios por meio da IA generativa foi destacada como uma habilidade essencial. Além disso, a capacidade de trabalhar com dados é considerada fundamental para todos os profissionais em um mundo digital.

A falta de profissionais qualificados no setor de tecnologia foi abordada durante a palestra. As empresas estão investindo no treinamento de seus funcionários para suprir essa escassez e acompanhar o crescimento do uso de tecnologias como a IA.

Houve uma discussão sobre o controle ético da IA generativa. Os palestrantes concordaram que a IA pode ser usada para o bem ou para o mal e que o debate sobre ética no uso da IA será cada vez mais relevante. A regulamentação da IA também foi mencionada como um tópico importante para discussão, uma vez que ainda estamos explorando e compreendendo melhor seus efeitos.

A palestra evidenciou a importância da IA e do uso de dados de qualidade no setor bancário. Acelerar os dados, aplicar análises avançadas, treinar IA para sugestões personalizadas e estabelecer uma governança adequada são elementos-chave para aproveitar ao máximo o potencial da IA nos produtos e serviços bancários. Além disso, a escassez de profissionais de tecnologia e a discussão sobre ética no uso da IA são desafios que o setor enfrenta atualmente. À medida que avançamos nessa era tecnológica, é essencial buscar um equilíbrio entre inovação, ética e responsabilidade para garantir um futuro próspero e sustentável.

Futuro dos meios de pagamento na economia digital

Participaram do painel Edlayne Altheman Burr (Accenture), Giancarlo Greco (Elo e Abecs), Guilherme Horn (WhatsApp), Nuno Lopes Alves (Visa) e Joana Henklein (Accenture).

Os especialistas abordaram as tendências atuais em meios de pagamento e a importância da inclusão financeira. A pesquisa realizada pela Accenture, que investigou mais de 16.000 pessoas em 13 países, revelou o crescimento dos novos métodos de pagamento, com destaque para o cartão de crédito como o principal meio, mas com o rápido crescimento de alternativas inovadoras.

Foi observado que o Brasil, a Índia e a China se destacam no cenário global. A China se destaca pelos "super apps" e sua ampla gama de serviços financeiros integrados, enquanto o Brasil e a Índia são mencionados devido ao sucesso dos pagamentos Pix e UPI, respectivamente. Por outro lado, os países europeus ainda são mais dependentes dos métodos de pagamento tradicionais, como cartões e dinheiro.

Os usuários buscam realizar pagamentos a qualquer momento e em qualquer lugar, sem falhas e de forma instantânea, e usando o método de sua preferência. Para aumentar a conveniência, é essencial remover qualquer atrito na experiência de compra. Isso pode ser alcançado por meio de tecnologias como pagamentos contactless, autenticação biométrica, entre outras. No entanto, equilibrar a conveniência com a segurança é um desafio, especialmente quando se trata de pagamentos corporativos. Para pequenas empresas, a capacidade de realizar pagamentos instantâneos é um benefício significativo, mas também apresenta desafios a serem enfrentados. Portanto, a discussão sobre o fim do cartão de crédito deve ser abordada com cautela, considerando suas vantagens em termos de segurança e comodidade.

A inclusão financeira pode ser alcançada por meio de meios de pagamento mais acessíveis e intuitivos. Um exemplo mencionado foi o uso do WhatsApp, que oferece facilidade de pagamento e inclusão por meio de pagamentos por voz, tornando a experiência mais inclusiva para aqueles que têm dificuldades com a escrita e leitura. No futuro, é essencial que os meios de pagamento se comuniquem com os usuários em sua própria linguagem e proporcionem uma experiência orgânica. As pessoas não devem se preocupar em estar realizando um pagamento, pois isso deve ser algo transparente, seguro e conveniente em segundo plano.

A palestra destacou as tendências emergentes nos meios de pagamento, com um aumento significativo dos métodos inovadores. A preferência dos usuários por pagamentos instantâneos, comodidade e segurança foi enfatizada, ressaltando a importância de encontrar o equilíbrio adequado entre esses elementos. Além disso, a inclusão financeira é impulsionada por meios de pagamento mais acessíveis e pela capacidade de se comunicar com os usuários em sua própria linguagem. À medida que avançamos em direção a um futuro financeiro cada vez mais digital, é fundamental considerar as necessidades e expectativas dos usuários, garantindo uma experiência fluida, inclusiva e segura para todos.

Monetização de dados: informações que geram valor

Participaram do painel Annette Pereira (Itaú Unibanco), Larissa Galimberti (Pinheiro Neto), Matheus Rauber (Banco Central) e Leandro Vilain (Oliver Wyman).

Foram abordados temas como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a Lei do Open Finance (OF) e a importância de comunicar os benefícios da monetização aos clientes.

O BC ressaltou que a LGPD estabelece que os dados pertencem aos usuários e podem ser compartilhados com outras instituições. O desafio inicial para a monetização é como compartilhar dados não padronizados para que sejam aproveitados. Nesse contexto, o Open Finance surge como uma ferramenta para padronizar esse compartilhamento, juntamente com a utilização de APIs. O BC vê o OF como uma iniciativa de longo prazo, mas já percebe benefícios para a população, como aumento de limite, aprimoramento de motores de crédito, portabilidade de crédito e ferramentas de gerenciamento financeiro. A comunicação clara sobre os benefícios para os usuários ao compartilhar os dados é essencial para popularizar o OF.

O Itaú enfatizou que a monetização de dados não se limita apenas a vender dados, mas a extrair valor e inovar a partir deles. O foco está na centralidade do cliente, entendendo suas necessidades e utilizando dados e tecnologia como instrumentos para oferecer melhores produtos, serviços e experiências. O cuidado ao monetizar dados envolve considerar a fonte interna ou externa dos dados, a legalidade e limites de uso, a anonimização e a formalização por meio de contratos. Além do consentimento, outros aspectos importantes incluem transparência, definição de operador/controlador e uso específico dos dados.

A advogada destacou que existem regulamentações abrangentes, como a LGPD e a privacidade de dados, que fornecem base legal para a monetização. No entanto, é necessário mostrar aos clientes que o uso dos dados visa a oferecer um serviço melhor e que o principal beneficiado é o próprio cliente. A comunicação clara e transparente sobre os benefícios é fundamental. A inteligência artificial (IA) pode desempenhar um papel importante na personalização do atendimento ao cliente, permitindo o treinamento de IA com base nos dados para oferecer uma experiência mais personalizada e auxiliar na monetização.

Para alcançar um maior valor na monetização de dados, é importante garantir a segurança do ecossistema e educar os usuários sobre os benefícios. A IA pode facilitar a compreensão e personalização das relações com o cliente. Além disso, é necessário revisar e ampliar o escopo dos dados permitidos, incluindo dados comportamentais e outras informações relevantes. A advogada ressaltou a importância da governança dos dados e do uso responsável da IA. Para viabilizar o compartilhamento de dados entre instituições reguladas e não reguladas, como no caso do OF, é necessário definir como essas interligações ocorrerão e garantir a segurança desses serviços acessórios.

A monetização de dados oferece oportunidades significativas para instituições financeiras, mas também apresenta desafios jurídicos a serem superados. O cuidado na utilização dos dados, a transparência com os clientes e a comunicação eficaz sobre os benefícios são aspectos cruciais para garantir o sucesso desse processo. A colaboração entre as instituições financeiras, órgãos reguladores e legisladores é fundamental para revisar e atualizar as regulamentações existentes, a fim de criar um ambiente propício à monetização de dados. Com uma abordagem responsável e inovadora, é possível extrair mais valor das informações e oferecer serviços financeiros cada vez mais personalizados e eficientes.

E a Pluggy?

A Pluggy permite que bancos, fintechs e empresas de outros segmentos agreguem contas de diferentes instituições financeiras por meio de uma única API, padronizando e categorizando dados para tornar viável a criação de soluções financeiras aos seus clientes, e consequentemente, uma experiência ainda melhor e mais personalizada aos usuários.

Estivemos presentes nos três dias de FEBRABAN TECH, no Fintech Lounge, e também participamos do Campeonato de Pitches.

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