O FEBRABAN TECH, o maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro, realizou sua 33ª edição em junho de 2023. A Pluggy esteve presente no evento e, por isso, trouxemos alguns insights importantes dados nas palestras.

Sociedade digital, banco digital

A palestra contou com Curt Zimmermann (next), Fernando Kontopp (Itaú Unibanco), Tushar Parikh (TCS) e Mona Dorf (Febraban).

Foram abordados os principais pilares para o desenvolvimento de produtos digitais de sucesso, como a importância de soluções fluidas, interface simplificada e a segurança e confiança do cliente na plataforma. Equipes multidisciplinares, compostas por especialistas em UX, tecnologia, produtos e dados, também foram destacadas como fundamentais para atender às demandas dos clientes.

Os palestrantes enfatizaram também a importância da união entre as equipes de tecnologia e negócios para gerar produtos relevantes e de qualidade. Um exemplo mencionado foi o caso da Índia, onde a integração de soluções KYC e PIX (UPI) através do Aadhaar impulsionou os serviços financeiros digitais. A construção de um stack de tecnologias é uma chave para ampliar os serviços financeiros digitais.

Outro ponto destacado pelo Itaú foi a necessidade de conhecer os diferentes perfis de consumidores e entregar soluções específicas e personalizadas para cada um. O uso de dados e conhecimento científico se torna crucial para desenvolver produtos personalizados e oferecer uma experiência de uso adequada.

A personalização foi enfatizada como um elemento importante para os bancos digitais. O Itaú mencionou que já possui a página inicial de cada usuário customizada com base em seus dados individuais. Além disso, os palestrantes discutiram como a participação do regulador na definição de padrões, como o PIX, desempenha um papel importante na aceleração da adoção da digitalização dos serviços financeiros.

Quanto à pergunta sobre se os bancos vão acabar já que todas as empresas se tornarão bancos em algum momento, os palestrantes ressaltaram que os bancos sempre terão seu papel no mercado, pois as pessoas buscam confiança quando se trata de dinheiro. No entanto, eles veem a possibilidade de empresas trabalharem em conjunto para oferecer soluções aprimoradas. Por exemplo, uma empresa de transporte conectada a um banco para permitir a compra automática de passagens.

Os palestrantes destacaram que os bancos brasileiros estão na vanguarda do desenvolvimento tecnológico e digital. Eles mencionaram que, ao longo do tempo, novas tecnologias surgirão, assim como o ChatGPT (modelo de linguagem) já está sendo estudado pelos bancos. Prevê-se que o banco do futuro será aquele capaz de se adaptar rapidamente às mudanças tecnológicas e aos hábitos em constante evolução dos clientes.

Impactos da assimetria de dados na evolução do open finance

O painel contou com Daniel Faria (Banco Carrefour), Fabio Lins (Banco BMG), Flavio Gaspar (Topaz) e Jorge Iglesias (Topaz).

Um dos principais desafios discutidos foi a assimetria de dados no setor financeiro, gerando problemas, desconfiança e desigualdades entre os usuários e o mercado. A lentidão na análise de crédito, burocracia e taxas desiguais para bons pagadores foram citados como consequências negativas. No entanto, o Open Finance surge como uma esperança para gerar competição, combater a desigualdade e incentivar a bancarização. Os participantes também discutiram como aproveitar o verdadeiro valor dos dados e a convergência com outras tecnologias, como PIX, CBDC e tokenização, para desenvolver o país e democratizar os serviços financeiros.

Para diminuir a assimetria de dados e gerar oportunidades e valor para os usuários, os participantes destacaram algumas soluções. O Carrefour enfatizou a importância de deixar os benefícios claros para os usuários, enquanto o BMG ressaltou a necessidade de demonstrar segurança e incentivar a educação financeira para que as pessoas compartilhem seus dados. Mesmo quando os dados são de baixa qualidade, eles devem ser aproveitados e, se necessário, enriquecidos. Essa é uma oportunidade para novos entrantes e para o desenvolvimento de tecnologias que enriqueçam e utilizem esses dados.

Em relação à diminuição do custo de aquisição de novos clientes, o Carrefour expressou dúvidas sobre o impacto imediato do Open Finance. Atualmente, três players são responsáveis por aproximadamente 80% dos consentimentos, e as oportunidades derivadas do Open Finance ainda precisam ser descobertas e exploradas. No entanto, os participantes concordaram que, quando o Open Finance atingir a maturidade, novos serviços e soluções surgirão, impulsionando o setor de forma exponencial, assim como aconteceu com a popularização dos smartphones.

A convergência do Open Finance com outras tecnologias, como PIX, CBDC e tokenização 5G, foi discutida como uma forma de impulsionar o desenvolvimento do país e democratizar os serviços financeiros. Os palestrantes acreditam que essas tecnologias podem trazer benefícios significativos, permitindo o surgimento de soluções inovadoras e ampliando o acesso aos serviços financeiros. O amadurecimento do Open Finance será fundamental para aproveitar ao máximo essas oportunidades e criar um ambiente financeiro mais inclusivo e equitativo.

Open finance: perspectivas e próximos passos

Durante as discussões, representantes do Banco do Brasil e do Santander apresentaram suas perspectivas sobre o Open Finance e os desafios que o setor enfrenta para adotar essa nova abordagem. A questão da confiança e do compartilhamento de dados foi destacada como fundamental para o sucesso do OF. Os participantes também discutiram as fases implementadas do OF e o potencial da fase 3, bem como a importância da hiperpersonalização e a ampliação do uso do OF para pessoas jurídicas. Além disso, a segurança foi mencionada como uma prioridade essencial para garantir a credibilidade do OF.

O Banco do Brasil enfatizou a importância de avançar além da fase 3 do OF para que o serviço se torne realmente relevante. Os modelos futuros de pagamento e as funcionalidades de pagamentos recorrentes serão fundamentais para transformar o OF em um recurso de entrega de valor significativo. Já o Santander mencionou a importância da fase 4, que permite o acesso a dados de outras fontes, expandindo as possibilidades de análise e personalização. Embora a hiperpersonalização ainda não esteja consolidada, existem oportunidades nas etapas do processo, como a automação, que já podem trazer benefícios.

Ao discutir a adoção do mundo aberto pelo OF, os participantes ressaltaram a importância do papel do regulador em promover e facilitar as tecnologias e funcionalidades que geram valor para os usuários. Mostrar o valor do OF para os usuários é essencial para acelerar a adoção e superar possíveis resistências. A inovação já está enraizada na mente das pessoas, mas é necessário que o mercado demonstre o valor e os benefícios do OF para uma adoção mais rápida e ampla.

A segurança foi mencionada como uma das maiores preocupações do OF. Os participantes destacaram que a segurança é fundamental para estabelecer a credibilidade do OF e garantir a confiança dos usuários. O papel do regulador é importante para garantir a implementação de medidas de segurança adequadas e promover a confiança no ambiente do OF.

O Open Finance representa uma oportunidade de inovação e transformação no setor financeiro. Superar desafios relacionados à confiança, compartilhamento de dados, hiperpersonalização e ampliação do OF para pessoas jurídicas é essencial para alcançar todo o seu potencial. A segurança é um pilar fundamental para a credibilidade do OF e para a aceitação dos usuários. Com a colaboração entre reguladores, instituições financeiras e usuários, o OF pode impulsionar a evolução dos serviços financeiros, oferecendo mais opções, personalização e valor para os consumidores.

Real digital e o Brasil no mapa das tokenizações

A palestra contou com Fabio Araujo (Banco Central), Jayme Chataque (Santander Brasil), Larissa Moreira (Itaú Unibanco), Leandro Vilain (Oliver Wyman), Thamilla Talarico (EY Brasil) e João Borges (Febraban).

Durante as discussões, representantes de instituições financeiras, reguladores e especialistas abordaram o avanço do Real Digital e suas implicações. O CBDC (Central Bank Digital Currency) foi considerado uma oportunidade para o desenvolvimento de novos serviços e produtos. Os participantes também enfatizaram a importância de estabelecer casos de uso valiosos e testar as possibilidades do Real Digital. Além disso, a privacidade, a capacitação de profissionais e a educação financeira foram destacadas como áreas cruciais para o sucesso e adoção das novas tecnologias.

Os representantes destacaram que o Real Digital e o Real Tokenizado são conceitos distintos. O Real Digital é voltado para a liquidação interbancária digital, enquanto o Real Tokenizado permite que pessoas físicas transacionem ativos tokenizados. O piloto do Real Digital foi mencionado como um ambiente regulatório propício à inovação, dentro de parâmetros estabelecidos. A plataforma do Real Digital é composta por três frentes: DVP (Delivery Versus Payment), Real Digital e Real Tokenizado.

Os participantes enfatizaram a necessidade de abordar desafios, como a privacidade e a usabilidade do Real Digital. A privacidade é um aspecto que está sendo estudado, com a consideração de técnicas como a prova de conhecimento zero. As leis de sigilo bancário, proteção de dados e as diretrizes do CBDC fornecem uma base sólida para avançar nessas inovações. A capacitação de profissionais foi mencionada como fundamental, com a necessidade de compreender as possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias, como a tokenização e a blockchain, além de promover um mundo novo com tecnologias novas.

A importância da educação financeira foi ressaltada, mas os participantes destacaram que é crucial levar soluções e vantagens decorrentes das novas tecnologias de forma orgânica, sem que as pessoas precisem ter um conhecimento técnico aprofundado. A usabilidade simples e a transparência foram mencionadas como fatores-chave para popularizar a adoção do Real Digital. Além disso, foi discutido que o Real Digital vai além dos pagamentos instantâneos, abrangendo uma variedade de serviços financeiros, alinhando-se ao conceito de um "super app" proposto pelo Banco Central.

Os participantes destacaram que o objetivo do Real Digital é democratizar o acesso, mas enfatizaram que isso demanda educação financeira e o estabelecimento de casos de uso. A colaboração entre instituições financeiras, reguladores e o público em geral é fundamental para promover a adoção e a compreensão das novas tecnologias, criando um ambiente de confiança.

O avanço do Real Digital representa uma oportunidade de transformação no setor financeiro, com potencial para impulsionar a inovação, a eficiência e a inclusão financeira. Desafios relacionados à privacidade, capacitação profissional e educação financeira devem ser enfrentados para garantir o sucesso e a ampla adoção das novas tecnologias. Com a colaboração entre diferentes partes interessadas, é possível estabelecer um ambiente regulatório adequado, promover a compreensão das vantagens oferecidas e garantir a popularização do Real Digital, trazendo benefícios tangíveis para a sociedade como um todo.

E a Pluggy?

A Pluggy permite que bancos, fintechs e empresas de outros segmentos agreguem contas de diferentes instituições financeiras por meio de uma única API, padronizando e categorizando dados para tornar viável a criação de soluções financeiras aos seus clientes, e consequentemente, uma experiência ainda melhor e mais personalizada aos usuários.

Estivemos presentes nos três dias de FEBRABAN TECH, no Fintech Lounge, e também participamos do Campeonato de Pitches.

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