1. O que é o Open Finance não regulado?
“Quando falamos de Open Finance, promover a competição, estimular a inovação e melhorar o sistema financeiro como um todo é a base. Quando esse se restringe a apenas uma pequena parte dos players do mercado (o regulado) e tem um escopo limitado, ele não é verdadeiro. Para de fato democratizar o acesso aos dados, derrubar barreiras e de fato tornar o usuário titular e detentor de seus dados pessoais, de acordo com as disposições na legislação aplicável, principalmente a Lei Geral de Proteção de Dados, deve-se permitir que todos os agentes do mercado também participem do ecossistema open e que o escopo de dados seja dinâmico e completo”.
Bruno Loiola, cofundador da Pluggy.
2. Qual benefício em utilizar o Open Finance não regulado?
“A ausência de limites. Seja no amplo escopo de dados, em quem pode acessar ou em quem seja o detentor dos dados, quando falamos de Open não regulado, o interesse do usuário vem em primeiro lugar e isso amplia o espectro de possibilidades para geração de valor e simplifica o processo de inovação. Podemos obter qualquer informação que está em posse do banco, o que aumenta o espaço para disrupção”.
Bruno Loiola, cofundador da Pluggy.
3. Screen scraping é tudo igual?
“Não existem conectores idênticos. No caso da Pluggy a gente raramente usa screen scraping, fazemos engenharia reversa de APIs (mais rápida, estável e confiável). Muita gente confunde o termo e diz que conector não regulado faz “screen scraping”, mas essa técnica não é a melhor solução para a maioria dos casos”.
Victor Urano Braga, cofundador da Pluggy
4.Qual o cenário do Open Finance não regulado no Brasil, hoje?
“Hoje o Open Finance não regulado é amplamente aceito e compreendido, mas a adoção ainda depende de alguns desdobramentos. O fato de existirem duas maneiras de fazer (e uma delas dita “regulada”) criou bastante ceticismo, especialmente em um momento em que os times de segurança, jurídico e tecnologia estavam aprendendo o que era o Open Finance, isso causou uma certa lentidão no processo de adoção e criação de soluções baseadas na tecnologia, assim como a expectativa de acesso a um ambiente regulado por parte das instituições financeiras também retardou a implementação de conectores não regulados. Contudo, soluções pioneiras abraçaram os conectores regulados e passaram a gerar bastante valor aos seus negócios e usuários, gerando uma pressão estratégica para adoção de conectores como os da Pluggy. Nós observamos um uso crescente de conectores não-regulados e acreditamos que deve existir uma convivência favorável para o mercado entre as duas metodologias de conexão.”
Bruno Loiola, cofundador da Pluggy.
5. Quais tipos de dados podem ser capturados via não regulado?
“Todos os dados aos quais o usuário possa ter acesso. Uma das grandes vantagens do não regulado é justamente a flexibilidade de escopo. Além de todo o escopo do Open Finance, os conectores não-regulados podem cobrir quaisquer informações que sejam apresentadas ao usuário incluindo por exemplo detalhes de produtos pré-aprovados e dados da fase 4 (ainda em discussão), como investimento e previdência.”
Victor Urano Braga, cofundador da Pluggy
6. Onde o não-regulado é mais forte? Quais tipos de dados? Ou qual tipo de público (PF, PJ)?
“A força do não-regulado está na complementaridade, trazendo informações que não são cobertas pelo regulado. Nesse sentido, PFs se beneficiam de agregadores de investimentos, ofertas de crédito que levam em consideração as condições que você já tem em outras instituições e de ferramentas de portabilidade de previdência, investimentos e créditos automatizadas, enquanto usuários PJ se beneficiam de serviços prestados por entidades não financeiras (como ERPs digitais e escritórios de contabilidade) que por meio da tecnologia não-regulada conseguem automatizar diversos processos administrativos”.
Victor Urano Braga, cofundador da Pluggy.
7. É possível misturar o Open Finance regulado com o não regulado? Como? É possível observar que algumas instituições financeiras usam os dois.
“Trabalhamos com uma série de instituições financeiras que utilizam ambos os ambientes, seja para complementarem a oferta de conectores quanto para acelerarem a implementação de soluções analíticas (mais maduras no ambiente não-regulado)”.
Bruno Loiola, cofundador da Pluggy
8. Quais cases estão em produção? Qual a diferença desses cases para os de Open regulado?
“A Kinvo e algumas instituições financeiras, por exemplo, são clientes que trabalham com agregação de investimentos, dados que ainda não estão disponíveis no ambiente regulado. Isso permitiu que eles fossem pioneiros na criação de uma ferramenta de gestão de investimentos completa e independente”.
Bruno Loiola, cofundador da Pluggy.
9. Existe diferença na conversão? Número de pessoas que tenta compartilhar os dados e número de pessoas que têm sucesso.
“Não temos dados claros de conversão comparando os ambientes regulado e não-regulado (acho que vale lançarmos aqui o desafio para alguém criar esse teste A/B), mas observando dados do não-regulado, percebemos que a taxa de conversão no fluxo de conexão e consentimento varia drasticamente em função do benefício oferecido ao usuário e na maneira como a experiência é desenhada. Há outros fatores mais importantes do que o compartilhamento de credenciais que muitas vezes não são devidamente estudados.
Acho que às vezes os nossos vieses fazem com que nos apeguemos a pequenos problemas tangíveis para não nos aventurarmos na construção de grandes soluções menos óbvias que teriam o poder de ultrapassar o custo dos mesmos pequenos problemas e gerar um mar de valor inexplorado”.
Victor Urano Braga, cofundador da Pluggy.
10. Como você enxerga o convívio do Open regulado e não regulado no futuro?
“Imagino que o não regulado ainda tenha um bom caminho pela frente complementando os espaços deixados pelo regulado. Mas acho que a grande oportunidade do não-regulado esteja na ausência de limites, um Open que pode ser tanto Finance quanto Everything e aí sim dar mais um passo na direção de um universo de dados holístico, interoperável e colaborativo”.
Victor Urano Braga, cofundador da Pluggy.
9 perguntas sobre Open Finance não-regulado
A Pluggy participou do Open Finance Mega Report respondendo a 9 perguntas sobre o Open Finance não-regulado. Leia!
