Nos últimos anos, muitas foram as transformações que mudaram completamente como vemos o universo financeiro. Essas alterações estruturais fazem com que o mercado cresça de maneira muito rápida no que diz respeito a novas tecnologias, regulações e desafios.
O Open Finance é uma delas. A evolução da revolução do sistema financeiro veio para ficar e desde sua implementação no Brasil vem causando muitos questionamentos: Como isso funciona? Quais os riscos? Quais as vantagens? O que acontecerá daqui para frente?
De modo a responder à última pergunta, compilamos algumas tendências que com certeza farão a diferença no futuro do ecossistema financeiro:
Casos de Uso
São infinitas as possibilidades de inovação que o Open Finance traz para diferentes nichos de negócio. Com a evolução desse sistema, teremos o surgimento dos primeiros casos de uso robustos no mercado brasileiro, como PFMs (empresas de gerenciamento de finanças pessoais) entregando um real valor através do OF, empresas de crédito entregando condições verdadeiramente personalizadas e concedendo crédito de forma mais precisa e eficiente.
E não estamos falando de um futuro tão distante: Nossos especialistas indicam que isso poderá acontecer até o final do ano.
Isso acontecerá porque os dados coletados através do Open Finance estão sendo analisados por meio de motores de inteligência cada vez mais acurados, que, em fase inicial, estão apenas treinando, portanto começam a possuir a gigantesca capacidade de geração de insights.
Com isso, o potencial competitivo, o qual sempre esteve nas raízes do Open Finance, de fato será realidade, dado que o mercado terá a necessidade de incluir os padrões desse ecossistema para trazer disrupções inovadoras.
Conheça alguns casos de uso mais comuns para você criar soluções incríveis.
Iniciação de Pagamento
Muitas são as possibilidades que o Open Finance oferece. Entre elas, as Iniciações de Pagamento, as quais permitem que os usuários conectem seus bancos em um único lugar, autorizando pagamentos e outras transações diretamente de suas contas.
Para isso, um provedor terceirizado deve entrar em cena, de modo que os usuários possam conectar suas contas e iniciar pagamentos em seus nomes.
Tudo começou em outubro de 2020, quando o Banco Central criou os chamados prestadores de serviço de iniciação de pagamento (PISP - na sigla em inglês). Com a implementação da terceira fase do Open Finance no Brasil, a tendência do projeto é evoluir até que essas se tornem intermediadoras de todas as transações, além da possibilidade de comparação de taxas, prazos, juros e custos de suas requisições por crédito, o que torna todo processo ainda mais prático para o consumidor.
Identidade Digital
O governo do Reino Unido divulgou sua estratégia nacional de dados, através da qual revela que, de modo que os dados tenham um impacto mais eficaz na sociedade, é necessário que esses sejam adequadamente coletados, sejam acessíveis, portáveis e reutilizáveis. Para fazê-lo, seria preciso que seus usuários fornecessem um consentimento mais abrangente a eles.
No Brasil, até fevereiro foram realizadas 231 milhões de interações de compartilhamento de dados, um número relevante quando observamos que a implementação do Open Finance completa pouco mais de um ano.
Para alcançarmos a meta de maiores dados coletados, sem que o usuário tenha que passar pelo processo de integração muitas vezes, a situação ideal seria um único artefato de identidade digital que possibilitasse o consentimento. Os benefícios seriam:
🛣️ Melhoria na jornada do usuário, que não mais tem que passar pelo mesmo processo de integração para diferentes compartilhamentos, o que causa desconforto e dúvidas;
👻 Transparência de todo processo, pois há a agregação de informação de todos os compartilhamentos em um único espaço;
⏱Facilidade de compartilhamento, pois permite que os usuários compartilhem seus dados em tempo real, mesmo se não estiverem ativos na experiência do usuário.
Do ponto de vista estrutural para que isso aconteça, estamos caminhando, pois a infraestrutura já está sendo desenvolvida para que ocorra o mínimo atrito na aprovação do compartilhamento. Desde que haja uma regulação em vigor, esses consentimentos inteligentes, focados nos resultados que os dados analisados da forma correta podem gerar, irão trazer importantes benefícios aos usuários.
Open Finance Global?
Com a globalização, é fato que muitas empresas e até mesmo pessoas têm seu dia a dia baseado não apenas no local onde estão, mas são permeadas por ações que abrangem uma maior localização. Uma pessoa que mora em um país pode trabalhar em outro, ter uma conta bancária em uma cidade diferente, precisa fazer transferências para diferentes países: Muito depende de uma rede global de dados financeiros.
É por isso que especialistas já teorizam sobre a evolução global do Open Finance, no qual observaremos o compartilhamento de dados entre países.
Nem mesmo o ESG vai ficar de fora
O Open Finance já está transformando o mundo, mas promete mudanças para além das fronteiras financeiras: A preocupação com a sustentabilidade também deve ser afetada por essas inovações.
No Brasil, os pactos globais da ONU vem cada vez mais atraindo olhares de investidores: 77% dos entrevistados pela MSCI indicam que aumentaram seus investimentos em ESG de forma significativa. Além disso, um estudo da consultoria BCG indicou que empresas com melhores práticas ambientais, sociais e de governança encontram resultados mais positivos, como maior lucratividade e melhora de seu valor de mercado.
Do lado do consumidor, uma consulta da Tink expôs que, entre os entrevistados de 18 a 34 anos, dois terços (62%) desejam mais informações acerca de suas emissões de carbono de modo a reduzir seu impacto no planeta.
Ao observar dados financeiros, conseguimos perceber que um modo eficaz de combater as mudanças climáticas está em analisar onde estamos investindo nosso dinheiro e de quais fornecedores consumimos.
Um exemplo do uso dos dados do Open Finance no ESG é a Worldline, que oferece aos seus clientes soluções sustentáveis, confiáveis e seguras em toda a cadeia de valor de pagamento, promovendo o crescimento de seus negócios onde quer que estejam. Um de seus serviços é o Green Banking. A empresa:
🌳 Fornece insights acerca da emissão de carbono aos usuários finais com base em transações bancárias, permitindo que eles sejam mais conscientes sobre seu impacto ambiental. Leia mais sobre categorização de dados aqui;
🌎 Fornece recursos para envolver os usuários finais a mudar seus comportamentos em um ecossistema ganha-ganha;
💚 Promover títulos verdes ou outros produtos financeiros e oferecer uma maneira fácil para os usuários finais assinarem produtos verdes.
Quaisquer que sejam suas apostas para os negócios do futuro, pode ter certeza que o Open Finance fará parte dessa transformação.
Segundo nosso cofundador e CGO, Bruno Loiola:
Estamos vendo um rápido desenvolvimento das regulamentações de Open Finance em muitos mercados, muitas vezes seguindo as bases do PSD2 da Europa. Também estamos vendo um rápido crescimento no uso de serviços Open Finance, quando disponíveis. Mas ainda estamos nos estágios iniciais. Portanto, esperamos um crescimento rápido e contínuo do uso à medida que os participantes do mercado aprendem mais sobre a melhor forma de capitalizar o acesso ao Open Finance.